Uma viagem à Polónia não ficaria completa sem uma visita a Lodz (em polaco: barco), a terceira maior cidade da Polónia, que se localiza mesmo no centro do país.
A primeira informação sobre a vila de Lodz encontra-se em documentos de 1332. Quase um século mais tarde, em 1423, a pequena, quase desconhecida vila recebe os direitos de cidade. Com o tempo, a cidade de Lodz vai-se desenvolvendo até atingir o seu auge económico no fim do século XIX, sob o domínio do Império Russo. Naquela altura, Lodz tornou-se um importante centro da indústria têxtil graças aos ricos fabricantes (na maior parte judeus) que se instalaram na cidade e nas suas fábricas. Tratava-se principalmente de Israel Poznanski, Ludwik Geyer, Ludwik Grohman ou Karol Scheibler. Todos estes fabricantes tiveram na cidade não só as suas fábricas, mas também as suas residências e os seus palácios, qua ainda hoje se podem admirar em Lodz.
Durante a II Guerra Mundial, Lodz foi ocupada pela Alemanha nazi. Nos primeiros dias da ocupação (durante a «Acção Inteligência»), os nazis assassinaram uma elite intelectual de Lodz (quase 500 pessoas). Dado que na cidade moravam muitos judeus, a administração nazi decidiu criar, no bairro mais pobre da cidade (Baluty), o Gueto de Lodz (denominado Litzmanstadt Ghetto). Foi o primeiro gueto completamente isolado do mundo, instalado no território da Polónia, e o último gueto da Polónia a ser liquidado (todos os judeus foram transportados para Auschwitz e aí morreram nas câmaras de gás). Ainda hoje, é possível ver os traços da ocupação nazi em Lodz. Podem-se ver, entre outros, a antiga prisão localizada no bairro Radogoszcz ou a antiga estação de comboios (Radegast), de onde partiam os transportes de judeus para Auschwitz. Em Lodz, encontra-se também o maior cemitério judeu da Europa.
Depois da Guerra, a cidade de Lodz começou a desenvolver-se de novo. Criaram-se as universidades (Universidade de Lodz e Universidade Politécnica de Lodz) e também foi criada a Escola Estatal de Filme, de Televisão e de Teatro, de onde saíram, entre outros, Andrzej Wajda e Roman Polanski. As fábricas continuaram a trabalhar até a queda do governo comunista e a privatização delas. Durante muitos anos, as fábricas ficaram desocupadas, caindo em ruína. Muitas delas foram restauradas e transformadas. A fábrica de Poznanski (uma das maiores da cidade) foi transformada no centro comercial Manufaktura, um dos maiores da Europa. A Fábrica de Geyer (mais conhecida como a “fábrica branca”) é actualmente sede do Museu Central da Indústria Têxtil. As antigas residências e os antigos palácios dos fabricantes judeus servem agora como sede da Câmara Municipal, sede do museu da cidade de Lodz e sede do Museu Cinematográfico.